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Família Acolhedora segue selecionando pessoas para o serviço em Carazinho

Foto Divulgação

 

O Serviço Família Acolhedora funciona em Carazinho desde 2016 e se propõe a cadastrar e preparar famílias para acolherem provisoriamente crianças e adolescentes em medida de proteção, quado se faz necessário o afastamento temporário da família de origem em função de uma situação de risco. Ele é instituído pela nova Lei de Adoção, que o torna preferencial em detrimento ao acolhimento instituição em abrigos. 

 

Conforme a psicóloga Caroline Zanella, que atua no serviço, em muitos países a Família Acolhedora já está bastante difundida, mas no Brasil apenas 4% das crianças e adolescentes conseguem esta inserção. No Rio Grande do Sul há cerca de 15 municípios que já implementaram a iniciativa. "Convivência com uma família, com os valores familiares e atendimento individualizado são os diferenciais, o que não é possível ser feito em um abrigo, porque há troca de turno, a atenção é compartilhada", menciona ela. 

 

Neste momento, Carazinho conta com seis famílias acolhedoras, algumas delas atuando desde a implementação do serviço, de acordo com a assistente social, Juara Oliveira, e duas crianças acolhidas e outras quatro que já passam pelo processo, mas seguem sendo assistidas pelo serviço. "Em dezembro faremos uma capacitação para que mais famílias possam se tornar acolhedoras. Temos feito divulgação e muitas pessoas têm nos procurado com a intenção de adotar, mas quando é este propósito. Para ser família acolhedora não pode estar na lista para adoção", esclarece a profissional. 

 

Quando existe o interesse em se colocar a disposição para acolher crianças ou adolescentes em situação de vulnerabilidade, a família passa por uma análise e até uma visita e neste contexto, segundo Juara, o desejo deve ser comum a todos os membros. Ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, a família acolhedora não deixar de participar das atividades sociais com as quais está acostumada quando está com a tutela provisória de um menor. Esté é outro diferencial do serviço, pois se estiver no abrigo, a criança ou o adolescente está, de certa forma, cerceado. "Pode até sair com as tias, vez ou outra, mas em uma família é bem diferente. Uma vez que acolhe alguém, a família assume tudo que diz respeito a ela, como escola, saúde, lazer. O período é determinado pelo juiz do processo. Em média, aqui em Carazinho, este período tem sido de até oito meses", observa. 

 

Mas, e quando termina o período determinado pelo juiz e o menor precisa deixar a família acolhedora? Conforme Caroline, o trabalho da rede de proteção é realizado visando que eles retornem para suas famílias de origem. Quando isso não é possível, a alternativa é a chamada família extensa, ou seja, um parente próximo - avós, tios, primos - que possam se responsabilizar. Em um caso ocorrido recentemente, um casal usuário de drogas procurou o serviço para pedir ajuda para internação. A filha está com uma família acolhedora até que eles se recuperem. Quando isso acontecer, a convivência com os pais será retomada gradativamente. Se o processo é positivo, aos poucos ela vai voltando para o lar de origem. 

 

Este retorno também não significa que a criança ou o adoescente tenha que romper laços com a família que lhe acolheu provisoriamente. O afastamento ocorre de forma gradual também, com acompanhamento durante seis meses, mas eles podem seguir mantendo relacionamento de amizade. Existem famílias que se tornam verdadeiras madrinhas das crianças que acolheram, conforme as profissionais. "Muitas pessoas não gostariam de se tornar famílias acolhedoras pelo medo do apego, mas é justamente se não houver apego o serviço não dará certo. O afeto é muito importante para a reestruturação da criança. E existe um plano de desligamento", diz Caroline. "Mas existem casos em que o convívio segue. Vão a festas juntos, se visitam, mantém um vínculo e isso é importante também porque não é somente a família que fará bem para a criança, mas o contrário também. Para tudo tem um propósito e às vezes a criança para em determinado lar para ser transformada, mas também para constuir algo", acrescenta Juara. 

 

Os critérios para se tornar família acolhedora são pessoas maiores de 21 anos, sem restrição de sexto e estado civil, que não está em fila de adoção, concordância de todos os membros da família, residir no município, nenhum membro poderá fazer uso de substâncias psicoativas e ilícitas, disponibilidade afetiva. 

 

O telefone de contato do serviço em Carazinho é 54 9 9945-2945. A famíia acolhedora é capacitada para participar e recebe subsídio financeiro para auxiliar nas despesas. 

Data: 04/11/2023 - 12:06

Fonte: Mara Steffens

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