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Encontro Abelheiro proporciona intercâmbio entre Brasil e Argentina
Representantes da Argentina no Encontro Abelheiro: Cônsul Fernando Flores, com empresários da MG Desarrollos Tecnologicos e Cittadini (Foto Mara Steffens/O Correspondente)
O Encontro Abelheiro que está ocorrendo neste fim de semana no Ginásio da Acapesu, em Carazinho, está permitindo que as várias pontas da cadeia produtiva do mel se conectem e não se fala apenas de forma regional ou estadual, mas internacional. Um grupo argentino que representa duas indústrias de insumos do setor estão no evento. Eles estão acompanhados pelo Cônsul da Argeina em Uruguaiana, Fernando Flores, que detalha que a MG Desarrollos Tecnologicos possui em seu portfólos uma envasadora de mel, com capacidade para 240Kg por hora e uma máquina de rotulagem automática que permite aplica 40 rórulos por minuto, amas em exposição na Acapesu. Já a Cittadini é líder em indumentária apícola na Argentina e trouxe para Carazinho os modelos que desenvolve, inclusive especificamente para brasileiros.
Para Flores, o Encontro Abelheiro está permitindo um intercâmbio importante entre os dois paises no que tange os conhecimentos que ambos possuem em relação à apicultura e a meliponicultura, mesmo que o grupo levou cerca de 7h de carro para chegar a Carazinho. "É interessante porque colhemos o interesse dos produtores locais, ou de empresas, conversamos com os técnicos daqui. Estamos acostumados a receber brasileiros na Argentina, que vão até lá comprar rainhas, ou alguma tecnologia específica. É um intercâmbio que frutifica", menciona o cônsul.
De acordo com ele, embora haja uma certa proximidade geográfica entre os dois países, o mercado brasileiro do mel é bastante difente em relação ao argentino e há outros mercados bem mais parceridos com o nosso, porque utilizam o mesmo tipo de abelha, por exemplo. "Aqui usam mais a abelha africanizada, mais agressiva, então a proteção tem que ser maior. A nossa é mais mansa. Por isso o manejo é diferenciado. Lá colocamos linhas de 40 caixas, enquanto que aqui, são de duas ou três, justamente por causa da agressividade", exemplifica Flores.
O cônsul aponta para outro aspecto que considera fundamental e que pode ser enriquecido com as experiências cooperativistas. "Não adianta produzir mel a granel. O preço está parado há muitos anos e o que precisa ser feito e não tem mais o que discutir é a produção de mel com valor agregado, o que implica tecnologia e manejo", destacou, citando como exemplo a própria MG que trouxe os equipamentos para expor. São máquinas compactas fisicamente, de fácil transporte, que para um único produtor pode ser cara, mas para uma associação ou pequena cooperativa, por exemplo, poderia adqurir sem dificuldade. "Aí você consegue agregar valor à produção e gerar renda, o que é o foco regional", resume.
A Argentina é o terceiro maior exportador de mel do mundo e possui um mercado interno do produto bastante forte e consolidado. São entre 75 mill e 85 mil toneladas produzidas todos os anos e destes 6 mil toneladas são consumidas pela população argentina que é de cerca de 47 milhões de habitantes. Entre as ações naquele país que tem por objetivo incentivar a cadeia produtiva está a Semana do Mel, em que instituições de diversos setores, inclusive comércio e universidades se dedicam a conscientizar a população sobre o benefícios do consumo do mel, oq ue repercute no consumo interno. "É bom para todo mundo", conclui Fernando Flores.