AGRO

Propriedade de Coqueiros do Sul está entre as premiadas do "Vencedores do Agronegócio" da Federasul na Expointer

Foto Divulgação/Sérgio González

 

A Casa Farsul foi palco da tradicional reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela FEDERASUL, em edição especial na Expointer, nesta quarta (28), em Esteio. O evento contou com a participação do economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, que abordou temas cruciais para o agronegócio gaúcho, especialmente em relação ao acesso a crédito após as enchentes, e com a entrega do 12º Prêmio Vencedores do Agronegócio e do 8º Elas no Agro, que homenageou iniciativas de destaque no setor. De Coqueiros do Sul, a Agropecuária Zambiasi foi premiada na categoria ESG, pelo plano de continuidade familiar que dobrou a produção de leite da propriedade desde 2017. Quem recebeu o prêmio foi a produtora Larissa Zambiasi. 


O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, abriu o evento agradecendo a hospitalidade da Farsul e do seu presidente, Gedeão Pereira. Costa destacou a importância de reconhecer tanto as conquistas como a resiliência do empreendedorismo no Rio Grande do Sul. "O agronegócio gaúcho sustenta a segurança alimentar do Brasil, e isso só é possível graças à diversidade das nossas cadeias produtivas", afirmou. Ele ainda enfatizou o merecimento das iniciativas agraciadas com os prêmios, principalmente no pós-enchentes.

 


Crédito

Em sua palestra, Antônio da Luz focou nas necessidades de crédito para a reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes, destacando que, apesar dos anúncios governamentais de grandes volumes de recursos, a maior parte desses valores vem de bancos e cooperativas, e não diretamente do governo. "O governo anuncia milhões, mas as pessoas ficam com a impressão errada de que esses recursos são fornecidos pelo governo", observou o economista, que apresentou números que ilustraram seu argumento.

Além disso, da Luz explicou que os efeitos das enchentes, que já são graves, ainda são maximizados pelas duas estiagens que ocorreram anteriormente à catástrofe, com perdas totais maiores.

Luz também ressaltou que a mobilização das entidades empresariais, desde maio, foi "única em prol do estado", com cada federação apoiando o pleito da outra. Segundo ele, cuidar das empresas é fundamental para garantir os empregos e, por consequência, a recuperação econômica do estado. “A reconstrução não acontecerá se as pessoas perderem seus empregos. Cuidar das empresas é cuidar dos empregos”, afirmou.



Recursos insuficientes

Outro ponto levantado por Antônio da Luz foi a necessidade de um controle financeiro mais rigoroso por parte do governo. Ele alertou que, se as finanças não forem equilibradas, a conta acabará sendo paga pelas pessoas físicas e jurídicas do estado. “São as pessoas que estamos tentando ajudar”, explicou da Luz.

O economista também criticou as medidas provisórias e decretos atuais, apontando que o prazo de implementação é muito elástico e as instâncias desnecessárias, o que torna o processo de acesso ao crédito insuficiente e burocrático para as necessidades do setor. Ele defendeu um parcelamento de 10 anos, incluindo recursos livres, para que tanto produtores familiares quanto outros agricultores tenham acesso ao financiamento necessário para a recuperação.


“O produtor recebe um desconto de R$ 5 mil para realizar investimentos, mas uma colheitadeira custa R$ 2 milhões”, alegou o economista. “É insuficiente”.



Desafios

Durante o evento, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, expressou seu agradecimento pela presença da FEDERASUL na Expointer, destacando a importância da colaboração entre as entidades para fortalecer o agronegócio gaúcho. Ele mencionou que a entidade do agro se reunirá com o Ministério da Agricultura e Pecuária para discutir novos anúncios e medidas de apoio ao setor gaúcho, reconhecendo que "a trajetória tem sido difícil, mas necessária para superar os desafios atuais".

Pereira também enfatizou "a dificuldade do governo em compreender a importância do socorro ao agronegócio", ressaltando que os recursos destinados ao setor não devem ser vistos como “gasto público, mas sim como um investimento”. Ele reforçou que apoiar o agronegócio é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país, especialmente em tempos de crise.

Data: 29/08/2024 - 08:03

Fonte: Assessoria de Imprensa

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