CULTURA

Biblioteca Pública de Carazinho é referência cultural

Fotos Mara Steffens/O Correspondente e Divulgação/Biblioteca

 

Houve um tempo e que bibliotecas eram basicamente espaços onde estavam guardados livros que ficavam à disposição das pessoas para leitura e pesquisa. Eles ampliaram este conceito e não são mais apenas locais de pesquisa, mas de atividades culturais e te integração de pessoas em torno das manifestações artísticas.

 

É o caso da Biblioteca Pública, Dr Guilherme Schultz Filho, de Carazinho, que fomos visitar em função do Dia Mundial do Livro, comemorado neste domingo (23). O acervo, segundo a coordenadora Silvana Xavier, soma quase 22.500 obras. São cerca de 8.500 sócios leitores e chama a atenção que cerca de 90% do acervo é oriundo de doações. Mesmo com um mundo bastante tecnológico, em que quase tudo pode ser resolvido pelo celular, inclusive a leitura, ainda há muita gente que gosta de visitar a biblioteca, manusear os livros e levar algum para casa. Em 2022, por exemplo, foram 1.615 empréstimos e 786 novas obras catalogadas.

 

Se reinventando, a Biblioteca Pública tem realizado diversas atividades diferenciadas. Receber pessoas e promover todo tipo de atividade cultural são os objetivos. “Está no estatuto, não só promover a literatura, mas apoiar todo tipo de atividade artística. Criamos a Galeria de Arte, inaugurada em 2021, promovendo artistas locais, o que fez com que a visitação aumentasse bastante”, diz a coordenadora enumerando outras ações importantes: saraus, lançamentos de livros de escritores locais, rodas de prosa, pequenos concertos. “Biblioteca não é depósito de livros. Somos sabedores de que há defasagem de interesse pelos livros, mas reunimos pessoas para promover conhecimento e elas acabam se interessando pelas obras”, pontua.

 

O que é feito na Biblioteca vai para as redes sociais. Esta divulgação atrai muita gente também. OS visitantes, as atividades, as interações são registradas no Facebook e no Instagram e ajuda divulgar as ações do local.

 

Mas não é somente as iniciativas realizadas que chamam atenção, mas a mobilização que faz com que elas sejam sucesso. Silvana conta com uma rede de amigos da Biblioteca, que está a disposição para contribuir com o que for necessário para a realização das atividades culturais. “Fazemos muita parceria público-privada. Nestas duas semanas a pipoca e os saquinhos que distribuímos para os alunos que vieram nos visitar foram doados por pessoas deste grupo. Anunciamos o que vamos fazer e as pessoas se disponibilizam para ajudar com os materiais, produtos e até serviços. A parceria também se dá no inverso, quando a Biblioteca é parceria de atividades como campanhas de doação de roupas e brinquedos”, salienta.

 

Por fim, a Academia Carazinhense de Letras – ACL, o Conselho Municipal de Cultura, entre outros entidades, utilizam a Biblioteca Pública para suas reuniões periódicas.

 

 

Desafio da pandemia

Quando os primeiros casos de Covid-19 começaram a ser registrados no Brasil, decretos municipais, estaduais e federais começaram a entrar vigor e delimitar todo tipo de atividade. Nos primeiros 15 dias de março de 2020, muitos estabelecimentos tiveram de fechar as portas e restringir os atendimentos.

A Biblioteca Pública participou de algumas iniciativas importantes para enfrentar aquele momento. Foram produzidas 1.610 máscaras de diversos tamanhos e com os materiais doados. A produção foi destinada para as secretarias de Desenvolvimento Social e Educação e posteriormente distribuídas para a comunidade. Até marmitas foram confeccionadas para ajudar a alimentar as famílias que passavam por dificuldades, especialmente nos dias mais frios. Nas tampas ia uma mensagem especial de esperança.

Sob vários decretos, a Biblioteca se adaptou. Ora atendendo de porta aberta, ora realizando a reserva de livros por telefone e realizando a entrega.

Teve varal de roupas em frente ao prédio, que permitiu que as pessoas doações e também pegassem peças que lhe agradassem.

 

Criando laços

Para Silvana Xavier, criar laços com a comunidade é fundamental para o seguimento das atividades da Biblioteca Pública. Por conta do Dia Mundial do Livro, o local recebeu estudantes de várias escolas, durante duas semanas, para atividades diferenciadas. “O encanto do relacionamento atrai as pessoas. Sabemos que com o tempo o número de visitas acabará diminuindo. Acredito que houve aumento de trabalho para quem já era produtivo e quem ainda não é, está mais no online. Mas a nossa luta é essa, para que a Biblioteca não se torne um Museu de Livros, mas um espaço de conhecimento, de interação, de cultura”, finaliza.

Data: 22/04/2023 - 09:06

Fonte: Mara Steffens

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