ECONOMIA

TW Transportes reúne parceiros para palestra de Paulo Herrmann

Fotos Mara Steffens/O Correspondente

 

A TW Transportes e Logística reuniu na semana passada, durante três dias, gerentes e agentes no tradicional evento anual. Foi no Rancho Bier em Carazinho e marcaram presença gerentes e agentes de várias partes do país. Na sexta-feira (3), próximo ao encerramento das atividades, o presidente Alexandre Schmitz conversou com a imprensa. Disse que o objetivo é preparar as equipes para capturar todas as oportunidades que aconteceram em 2023. “O Brasil é muito grande, forte e já muita perspectiva de crescimento. A TW precisa estar preparada para isso”, sublinhou, ressaltando a pujança do agronegócio neste contexto. “Somos muito ligados ao agro. É claro que estamos também em grandes centros urbano, atuamos com o comércio, com a indústria, mas o agro é um dos pilares. Vários fatores nos fazem acreditar que haverá crescimento até diferença do que alguns economistas estão pintando, de um PIB um pouco menor. Isso será a mola propulsora para alimentar o mundo. O Rio Grande do Sul está passando de novo por uma estiagem, mas de Santa Catarina para cima a projeção é de uma supersafra”, colocou.

A TW Transportes e Logística possui mais de 70 agências espalhadas para o Brasil e momentos como o encontro anual são ideais para alinhar as ações. “No virtual tínhamos dificuldade. Aqui a gente troca experiências, energia, ideias e busca alinhamento. Muitos dos que estão aqui são empreendedores e precisamos buscar o mesmo horizonte, para uma convergência”, salientou Schmitz.

A empresa pretende seguir crescendo territorialmente e o estado de São Paulo é o principal foco. “Queremos povoar mais regiões onde ainda não estamos inseridos ou que estamos fazendo por outras empresas. Queremos fazer de forma mais direta. Nos próximos anos vamos avançar para os demais estados da Federação”, relatou.

 

Palestra de Paulo Herrmann

O ex-presidente da John Deere do Brasil, Paulo Herrmann, realizou palestra e destacou que o mundo conta com o Brasil para a produção de alimentos. Um estudo realizado por uma agência americana mapeou a capacidade de várias regiões do mundo no segmento. Enquanto os americanos poderiam produzir até 8% a mais do que fazem hoje, o Brasil possui capacidade para 41%.

Neste contexto, a tecnologia tem papel importante. “Houve um salto muito grande nos últimos 20 anos. Saímos de um país que usava máquinas defasadas em relação a países mais desenvolvidos para máquinas que hoje são lançadas antes no Brasil do que no hemisfério norte. A tendência é continuar avançando porque só a tecnologia será capaz de fazer com que se produza mais alimento em menos terra, menos terra, menor custo de produção”, citou.

Herrmann salientou que o Brasil precisa cumprir com seu papel, independentemente das pressões relacionadas à política e ao meio ambiente, por exemplo. “A primeira coisa é fazer agricultura de forma sustentável. Já temos tecnologia para isso. Temos 66% do território ainda conservado de forma natural. Temos plantio direto, dias safras, bioinsumos, energia solar, eólica para que nosso produtor seja considerado verde pelos processos de produção. Além disso, os Europeus estão muito preocupados com o crescimento do Brasil na produção de alimentos. A balança do poder pede para quem produzir e não para quem consome, então mais dia, menos dia eles terão de admitir que é impossível competir com o Brasil neste quesito. Somos imbatíveis porque estamos num ambiente tropical. Quem tem sol 12 meses por ano pode fazer agricultura 12 meses por ano”, apontou.

Conforme as projeções apresentadas pelo ex-presidente da John Deere, em 2050 o Brasil terá dado um salto que o colocará como a sexta economia do mundo. Ele observou que é importante seguir avançando. “Nos últimos 10 anos o Brasil exportou uma média de 100 bilhões de dólar por ano no que tange o agro. Em 10 anos isso dá 1 trilhão de dólares.  O PIB brasileiro hoje é 1,6 trilhão. Só o agro fez 1 trilhão em uma década. Onde isso foi parar? Na avenida Paulista, em SP? No ABC Paulista, ou ele se distribuiu nos grotões do pais? Ele está gerando renda, mais hospital, mais estrada, mais escola... Estamos de forma democrática e silenciosa construindo a nova classe média do Brasil, que é a classe média rural. Isso causa stress nos tradicionais detentores do poder, que eram os cidadãos urbanos, as corporações público-privadas, o ABC paulista industrializado. Estão perdendo para Carazinho, Não-Me-Toque, Passo Fundo, Santa Rosa, Horizontina, Ijuí, etc. Temos que entender que é um processo e precisamos fazer nossa parte. Enquanto os cães ladram, a caravana passa. Nós somos a caravana e não vamos parar”, comparou.

Herrmann salientou ainda fatores que diferenciam o agro brasileiro. “Temos sol 12 meses por ano, podemos colocar mais 100 milhões de hectares em produção sem cortar uma árvore, temos 20% da água doce do planeta e estamos sentados em cima de dois aquíferos do mundo, temos tecnologia para produzir e temos gente com fibra e com coragem”, finalizou.

Data: 06/02/2023 - 10:10

Fonte: Mara Steffens

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